Hoje falaremos de dois assuntos que têm muito a ver com a expedição que acabei de terminar.
A maioria de vocês, que acompanharam os preparativos da viagem, viram a minha dificuldade de fechar qualquer tipo de patrocínio ou apoio para a realização deste projeto.
Bem antes do início da mesma, elaborei um documento bem profissional, com algumas fotos, muita informação, meu curriculum motociclístico inclusive mencionando ser colunista mensal da Revista Moto Adventure e este foi enviado a dezenas (quase uma centena) de empresas importantes, grandes e famosas, através de um ótimo mailing de contatos, sendo que recebi um retorno de "talvéz" de apenas 2 delas, ou seja, apenas 2 em quase 100 empresas provavelmente gostariam de falar comigo sobre a expedição mas isso acabou não se confirmando até porque com a proximidade do início, eu já estava totalmente descrente com um resultado positivo e já havia decidido que iria mesmo com recursos próprios. É óbvio que se assinasse um contrato de patrocínio, tudo seria diferente, sem passeios com a namorada e obrigatoriamente rodando toda a ida e a volta, com a possibilidade de um documentário, bem mais profissional do que realmente foi minha viagem...
As empresas ao lado são de pessoas queridas que de uma forma ou de outra me ajudam na vida, não com recursos financeiros e sim com apoio moral, fraternal, afetivo, espiritual e afins e a eles eu devo o meu agradecimento por isso fiz questão de colocá-los junto comigo no blog, na moto e na placa que fixei no Canadá a fim de me acompanharem por todo o trajeto e, não é que deu certo?
Hoje, ao acertar as contas com meu pai que ficou responsável pelo apoio nos bastidores, eu imaginava o quanto devia a ele mas mesmo assim tomei um susto pois a viagem custou pelo menos de 30 a 40% a mais do que o planejado, até porque, nesse "bolo" estão todas as passagens aéreas minhas e da Mayara, peças a mais para a moto, manutenções de emergência, notebook, GPS, presentinhos e afins...mas que assusta, assusta e vamos lá rapar o cofrinho e pagar os custos!!!
Pesquisando também antes da viagem, descobri que não existe apoio governamental para "patrocínio" privado como isenção de impostos, ou incentivos fiscais, por exemplo. O que existe são alguns tipos de apoios culturais mas para isso, deveria estar vinculado um documentário, livro ou algo do gênero e mesmo assim é coisa muito parcial, não cobrindo o orçamento completo...
Estive cá pensando o porque dessa falta de interesse em patrocinar pessoas e projetos interessantes e cheguei a uma conclusão de que isso acontece pois a mídia, imprensa entre outros responsáveis em nos informar, apenas enxergam nas desgraças e escândalos uma certeza de audiência, de exposição à massa ou de garantia de lucros e um bom exemplo disso seria a disputa pelo passe de José Luiz Datena, o âncora polêmico, entre Band e Record, onde o cidadão faz o que quer mesmo que esteja em contrato e ainda ganha uma fábula de salário.
Vejam na matéria, a curiosidade das maiores dificuldades que encontraram nesta expedição...nada com o carro, protótipo que estava em testes, e sim com as famosas e temidas aduanas Centro-Americanas...ainda bem que me livrei delas na volta pois não teria paciência para tal...
Aonde quero chegar com essa postagem de hoje nem eu sei mas eu precisava deixar aqui o meu desabafo para empresas que perderam a oportunidade de apoiar um projeto que teve uma média de 25.000 visualizações/mês divulgada de maneira totalmente amadora e um notável interesse em sites de relacionamentos importantes, além de muita repercussão na minha cidade, onde virei uma espécie de celebridade onde muita gente me encontra na rua, perguntando sobre a viagem, em detalhes, dizendo estar me acompanhando por todo o trajeto como uma novela, ansiosos pelas postagens, ou seja, um projeto como este, ATINGE sim as pessoas e dá retorno a marcas que apostam nele...
Depois de conhecer 12 países diferentes, vejo que a pessoa que definiu um dia o Brasil como Belíndia, estava totalmente correta já que temos um pouco de Bélgica e muito de Índia, ou parte Nicarágua, parte Canadá sendo o céu e o inferno em uma única nação. Temos área territorial, população trabalhadora, recursos naturais, entre outras para sermos uma potência mundial e meu sonho é um dia ser como são os 2 países Norte-Americanos mais importantes, mesmo que alguns os odeiem, mas tenho certeza que pra isso acontecer vai demorar muuuito e nós que cá estamos não veremos tais mudanças nessa nossa breve vida!!!
É isso, me estendi demais, com um papo não tão interessante quanto "estar na estrada" mas bom pra refletirmos sobre algumas características desse nosso querido pedaço de chão, tão mal governado e administrado...nos vemos!!!
Adriano, Seu texto reflete e expõe a realidade Brasileira, de uma forma que todos pensm, mas poucos fazem algo a respeito.
Como um piloto de Motocross amador, envolvido a mais de 15 anos neste esporte, e 23 anos de motociclismo, vejo esta situação ocorrer a toda hora. O Brasil, por exemplo, tem excelentes pilotos, com capacidade de ter sues nomes entre os grandes, porém, devido a falta de recursos, impostos excessivos, dificuldades com patrocinadores,etc, estes não conseguem chegar no nivel técnico exigido para um piloto mundial. Uma grande excessão é o Antonio Balbi, que corre o Ama Motocross e Supercross, normalmente com recusros próprios e algum patrocionio. Hoje, para se ter uma ideia, uma moto custa em torno de R32 mil reais. Nós temos tramitando no congresso um projeto para reduzir os impostos de importação para nossas motos o que baixaria o custo da moto para em torno de 12 a 13 mil reais. Um custo ainda muito elevado, porém um tanto quanto mais acessível. Mostra o descaso do governo com o esporte, onde não há sequer incventivos e fizermos uma conta rápida, qual o relflexo de ganho do governo com tantos impostos no espoerto, considerando que temos muito poucos pilotos de motocross, enduro etc. ? E isso podemos ver em vários outros esportes. Nos Estados Unidos, no Canada, e outros paises europeus, efetuar patrocinios em eventos esportivos gera um ganho não só de publicidade, mas um ganho real com isenções de impostos. Querendo ou não, esporte também é uma indústria, e necessita de seus ganhos. Com mais incentivos para as empresas do ramo, mais dinheiro no esporte, o pais como um todo sente o relfexo disto.
No caso da sua viagem, entendo ela como uma forma de trazer e agregar novas culturas, experiencias, juntar povos diferentes e isso sempre traz benficios a todos. Seria de interesse de todos que tivessem mais viagens como a sua, e aumentar a exposição a pessoas que necessitam de maior acesso a cultura. Uma viagem como a sua, não só um grande sonho seu, mas também uma viagem importante a todos nós, nos mostra a realidade e dificuldade que enfrentamos todos os dias no nosso país, não só financeiramente, mas burocráticamente e o quanto hoje o nosso governo, e o governo dos paises da America Latina, nos restringe.
Este seu texto hoje no Blog , é um presente a todos nós. Um serviço a sociedade. O seu blog como um todo, é de grande importancia, pois muitos de nós, seguidores seus,inclusive eu, não temos os recursos para um feito como seu, e de uma forma muito clara e direta, pudemos participar e viajar com você e com isto aprender muito. Seria de grande interesse a empresas e grandes corporações auxiliar nesta empreitada que vc organizou e fez.
Quem sabe um dia eles não tenham o interesse e incentivos para auxiliar outros em suas empreitadas e trazer um pouco de cultura de outros paises para todos nós.